No Brasil foi instituído o Estatuto do Idoso em 2003, que classifica como idoso todas as pessoas com idade igual ou superior a 60 anos de idade.
Mas essa classificação deve mudar em breve, a exemplo de países europeus como a Itália, que recentemente passou a considerar idoso a pessoa acima dos 75 anos.
Essa mudança ocorreu exatamente pelo aumento da expectativa de vida aliada à melhora da qualidade de saúde. Isso significa dizer que a população global está envelhecendo, aumentando a expectativa de vida de forma saudável, e uma boa parcela dessas pessoas, permanece ativa e produtiva.
De fato, a conjugação do decréscimo progressivo das taxas de natalidade com o aumento gradual da esperança média de vida, tem-se traduzido no envelhecimento populacional.
Os resultados de estudos realizados pela OMS – Organização Mundial de Saúde –, demonstram um aumento considerável da população com mais de 60 anos de idade para as próximas décadas, em todo o mundo.
De acordo com as projeções da OMS, em 2025, teremos mais de 1 bilhão de idosos no mundo.
Já em 2050 o número de idosos terá ultrapassado o número de jovens.
Um artigo publicado no The New York Times, em janeiro de 2020, aborda os impactos do aumento da expectativa de vida e a necessidade crescente da sociedade em se ajustar as mudanças que virão, em especial, na formação de médicos especialistas, geriatras, profissionais que acompanhem essa transformação da sociedade, que mesmo hoje, é insuficiente.
O envelhecimento atinge todos os seres humanos e é um dos fenômenos que mais se evidencia nas sociedades atuais. Assim sendo, este escalão etário reflete, atualmente, uma categoria social que não pode ser ignorada.
E aqui convém fazer alguns esclarecimentos.
É claro que envelhecer provoca mudanças inerentes à vontade humana.
O envelhecimento varia de indivíduo para indivíduo, pode ser gradativo para uns e mais rápido para outros. Essas variações estão ligadas a diversos fatores como: estilo de vida, condições socioeconômicas, doenças crônicas e herança genética.
Desta maneira, falar de envelhecimento é abrir o leque de interpretações que se entrelaçam ao cotidiano e a perspectivas de diferentes culturas.
O ser humano sempre se preocupou com o envelhecimento.
Alguns o caracterizaram como uma diminuição geral das capacidades da vida diária, outros o consideram como um período de crescente vulnerabilidade e de maior dependência.
Ainda, há aqueles que veneram o envelhecimento como o ponto mais alto da sabedoria, bom senso e serenidade. Cada uma destas atitudes corresponde a uma verdade parcial, mas nenhuma representa a verdade total.
Desta forma, entender o processo de envelhecimento é importante não apenas para entender a etiologia associada aos processos degenerativos que lhe estão associados, mas fundamentalmente para conhecer e desenvolver estratégias que atenuem os efeitos da senescência de forma a garantir a vivência do final do ciclo de vida de uma forma autônoma e qualitativamente positiva.
Pois nascer, crescer, e envelhecer são processos naturais e como acontecem dependem também da nossa condição genética, mas sobretudo dos hábitos que temos ao longo da vida e do que estamos dispostos a modificar, quando possível, para alcançar uma vida saudável.
Em nosso Blog, ainda falaremos sobre doenças mais prevalentes, as grandes mudanças do envelhecer, nos diversos sistemas anatômicos, orgânicos, cognitivos e psíquicos.
Esse é um convite para que você faça um esforço de enxergar o envelhecimento como um aliado, um amigo que lhe acompanhará pelos próximos anos.
Afinal quais são os limites e alcances para uma vida longeva e feliz? Reflita – qual o conceito que você tem sobre longevidade ativa?